terça-feira, 30 de junho de 2009

Osasco quer repasse integral de IPVA para compensar prejuízos com pedágios

Proposta surgiu durante audiência na Câmara e deve reunir políticos e sindicalistas da região para pensar em projeto de Lei

Guilherme Lisboa

A Câmara de Osasco realizou, na última sexta-feira, a audiência pública “Diga Não aos Pedágios”, para discutir os impactos dos pedágios do trecho Oeste do Rodoanel e da rodovia Castelo Branco em Osasco e cidades da região. Durante o evento surgiram propostas para atenuar os prejuízos, como a de repassar integralmente o IPVA para as prefeituras.

Vereador João Gois, propositor e presidente da audiência
Foto: Edson Dário

“Se a rodovia já foi concedida e já existe o pedágio, o justo seria que o IPVA ficasse integralmente para o município”, ressaltou o vereador João Gois (PT), propositor e presidente da audiência, lembrando que os pedágios representam bitributação. Hoje, o governo do Estado transfere 50% da arrecadação do imposto para as cidades.


“O governo do Estado não negocia com as prefeituras e com a população a implantação dos pedágios. Ele empurra ‘goela abaixo’ e a cidade arca com as conseqüências e os danos”, apontou. Ele citou o caso de Carapicuíba, que vai ficar “ilhada” após a instalação dos novos pedágios da Castelo. “Quem tiver dinheiro vai precisar sair da cidade de helicóptero”, brincou.

O secretário municipal de Obras e Transportes, Waldyr Ribeiro Filho, contou que após o início da cobrança no Rodoanel, o trânsito em Osasco aumentou entre 27% e 30% em comparação ao período em que a via não tinha pedágios. “E o problema deve piorar no final do ano, pois a prefeitura projeta que esse índice suba para 60% com os novos pedágios da Castelo”, destacou.

Caminhões
O diretor-presidente do sindicato de motoristas Simtratecor, Carlos Quissi, falou sobre os problemas que os transportadores de carga sofrem com os pedágios, como os prejuízos com troca constante do conjunto de freio e embreagem, desgastados a cada vez que o motorista pára na praça de cobrança.

“O caminhoneiro pisa cerca de 15 vezes na embreagem e perde 6 minutos para retomar a velocidade após parar no pedágio. No final do dia, isso representa 1 hora a mais de jornada de trabalho”, ressaltou Quissi. De acordo com ele, essa situação causa problemas de saúde, como tendinite e aumento do cansaço do motorista.

Versão resumida de matéria publicada no Diário da Região em 30/06/09. Leia na íntegra: http://www.webdiario.com.br/?din=view_noticias&id=33892&search=

2 comentários:

  1. Concordo! Já que o governador abriu mão de sua obrigação, nada mais justo que o município receber respaldo para "resolver" um dos problemas gerados.

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